Em nossa primeira matéria do Blog do Pelicano, nós não poderíamos deixar de iniciar falando do churrasco! Segundo pesquisa feita pelo Ibope a pedido da AmBev, a paixão do brasileiro por churrasco só perde para o futebol, cerveja, carnaval e mulher – exatamente nessa ordem! Se juntar tudo, então, a coisa fica perfeita. Talvez por isso o cardápio é, disparado, um dos preferidos dos brasileiros, já que tem o poder de reunir amigos e família sem um motivo especial, sem a necessidade de uma data comemorativa, para passar horas em torno da churrasqueira e de uma boa conversa.
O mercado imobiliário percebeu esse hábito e tratou de explorá-lo, investindo em varandas gourmets, nas quais nunca falta um lugar de honra para a churrasqueira – e elas podem ser tão gourmets quanto!
Até mesmo o barco, quem diria, teve que mudar seu layout para atender essa paixão brasileira. Os estaleiros nacionais oferecem a churrasqueira como item básico há muito tempo, mas os iates estrangeiros se tropicalizaram para colocá-la em destaque. A italiana Sessa Marine, por exemplo, sentiu a necessidade do mercado brasileiro pelas churrasqueiras, e lançou dois modelos com o item. “O layout foi tão bem aceito no mercado que a Sessa começou a produzir barcos na Europa com essa característica”, conta Massimo Radice, presidente do estaleiro no Brasil.
Também a fabricante de barcos de luxo Azimut adaptou seus modelos fabricados em Itajaí, (SC): ganharam tratamento especial na parte traseira, a mais usada pelo consumidor daqui justamente por causa do espaço para churrasqueira e geladeira. "Enquanto no exterior o flybridge é o lugar mais usado quando o barco está parado, no Brasil vive-se muito mais na popa, a parte traseira do barco. Tivemos muitos pedidos de clientes no sentido de criar esse espaço com um pouco mais de requinte", disse Davide Breviglieri, CEO da Azimut no Brasil.
Mas, afinal, de onde surgiu essa paixão incondicional do brasileiro pelo churrasco? O livro “Os Gaúchos e o Churrasco – Uma jornada ao Redor do Fogo”, do jornalista Ricardo Bueno e da chef e "churrasqueira" Clarice Chwartzmann, mostra as origens e os diferentes modos de assar o churrasco em cada região do Rio Grande do Sul. O churrasco, afinal, faz parte da formação da identidade do gaúcho. “A verdade é que nenhum outro Estado brasileiro possui tanta diversidade cultural, ao menos quando o assunto é churrasco, como o RS. E tudo graças às diferentes imigrações que aqui aportaram, mas também ao compartilhamento de saberes nas fronteiras e, ainda, à cultura da pecuária, tão presente em nossa formação histórica”, diz Clarice. Ricardo Bueno completa: “A entrada do gado com os jesuítas, em 1634, que daria origem aos imensos rebanhos que alimentariam os gaúchos durante centenas de anos, e, mais tarde, a chegada das raças britânicas, no início do século 20, são alguns marcos importantes”.
O livro destaca outras conquistas gaúchas, como a primeira casa do Brasil a oferecer churrasco no cardápio – o Restaurante e Churrascaria Santo Antônio, em 1935; a criação do espeto corrido, sistema que se popularizou como rodízio e ganhou o mundo. “São todos fatos que marcam a relação afetiva dos gaúchos com o churrasco ao longo de cinco séculos, uma história repleta de peculiaridades no jeito de assar e que é preservada por personagens encantadores”, diz.
Na verdade, a história dos gaúchos com o churrasco teve início na região das Missões, onde o padre jesuíta Cristóvão de Mendonça introduziu o gado franqueiro, em 1634. Naquela época, a carne originária dos rebanhos que se espalhavam pelos campos era salgada no lombo do cavalo, depois espetada em galhos pontudos e assada junto às brasas, em valas no chão.
De lá pra cá, o churrasco conquistou as grandes cidades, ganhou ares gourmet em butiques que oferecem cortes nobres, alcançou os mais variados públicos e virou hábito para reunir a família e amigos, seja em quadras de futebol, em casa, churrascarias, barco, seja onde for.
Como o país é grande, há algumas diferenças no preparo do churrasco dependendo da região: com tempero, sem tempero, com sal fino, com sal grosso.
O churrasco tradicional é feito com carne vermelha (picanha, alcatra, filé mignon, fraldinha) e sal grosso, mas habitualmente vem acompanhado de outros tipos de carne, como frango (asa, coxinha da asa, filé de peito) e embutidos (linguiça Toscana). Há quem adicione queijo coalho, coração de frango e pão de alho como “entradas”. Os churrascos mais requintados oferecem ainda carnes exóticas como javali, tender, peru.
O fato é que não tem receita, cada um descobre a sua melhor forma de fazer churrasco, e talvez por isso ele seja tão popular entre nós. “Não há segredo na arte de fazer churrasco. É usar carne de qualidade, brasa boa e sal grosso. O truque na verdade é o estado de espírito. Meu pai costumava dizer que se você está com o espírito bacana, alegre e feliz, o churrasco vai ficar muito bom”, disse Tatiana Bassi, filha de Marcos Bassi, conhecido como o Artesão da Carne, que assumiu o comando do restaurante Templo da Carne, no Bixiga, após a morte de Bassi, em 2013.
Essa paixão do brasileiro pelo churrasco é amparada em números. Segundo dados do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), pode haver um aumento de 2,2% no consumo de carne bovina no Brasil, e, de acordo com o Rabobank, um potencial aumento de até 4 quilos per capita no consumo de carne bovina até 2020.
Dicas para o churrasco no ponto
Para não errar, a quantidade recomendada é 400 gramas de carne por adulto.
> A carne deve ser servida ao ponto, nem muito crua, nem muito passada.
> Embora a carne seja a estrela da festa, os acompanhamentos são bem vindos mas, atenção, devem valorizar seu sabor.
> Arroz, farofa, salada de folhas, molhos como o vinagrete, são boas opções de acompanhamento.
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